jogo que da dinheiro real

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Por Kleber Tomaz, Bruno Tavares, Anderson Colombo, Walace Lara, Filipe Gon�alves, TV Globo e jogo que da dinheiro real SP � S�o Paulo

18/12/2023 04h00 Atualizado 18/12/2023

Policiais civis foram a bairro nobre de S�o Paulo investigar um caso de furto em uma resid�ncia.

Empres�rio que mora em casa na regi�o aparece em

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atirando contra os investigadores.

As v�timas do confronto s�o a investigadora Milene Estevam, o empres�rio Rog�rio Saladino e o vigilante particular Alex Mury.

Crime aconteceu na tarde de s�bado na regi�o das ruas Guadelupe e Venezuela.

Dono de mans�o que matou policial tinha laborat�rio m�dico e respondeu por homic�dio

O dono da mans�o em S�o Paulo que neste final de semana matou a tiros uma policial civil ao confundi-la com uma assaltante era CAC (sigla para Ca�ador, Atirador e Colecionador de armas), s�cio-presidente de um laborat�rio de medicina diagn�stica, namorava uma modelo e j� respondeu por homic�dio, agress�o e crime ambiental no passado (veja

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acima).

V�deo: tiroteio deixa investigadora, dono de mans�o e vigilante mortos nos Jardins, bairro nobre de SPV�deo: investigadora morta por empres�rio ao ser confundida com assaltante � enterrada ao som de sirenes de viaturas da pol�ciaInvestigadora foi morta com 3 disparos e dono de mans�o e vigilante, com um cada um; veja como foi tiroteio

O empres�rio Rog�rio Saladino dos Santos tinha 56 anos. Ele assassinou a investigadora Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, no tarde do �ltimo s�bado (16), em frente ajogo que da dinheiro realresid�ncia, nos Jardins, �rea nobre da regi�o central da capital paulista. Ela n�o chegou a atirar.

O colega dela, um policial civil, revidou o ataque, e baleou Rog�rio. O vigilante particular dele, Alex James Gomes Mury, de 49 anos, tamb�m foi atingido pelo investigador quando pegou uma das duas armas do patr�o e tentou atirar nos agentes. Patr�o e funcion�rio n�o resistiram e morreram. O investigador n�o foi ferido e sobreviveu.

Parte do tiroteio foi gravada por c�meras de seguran�a do casar�o do empres�rio e de resid�ncias pr�ximas (veja

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e leia mais sobre o caso abaixo).

Tiroteio deixa 3 mortos nos Jardins, bairro nobre de S�o Paulo

Empres�rio era CAC, diz pol�cia

Segundo a Pol�cia Civil, que investiga o caso, Rog�rio tinha autoriza��o para ter armas emjogo que da dinheiro realcasa, j� que era CAC. Apesar de policiais terem dito � reportagem que as duas armas do empres�rio estavam regularizadas, o boletim de ocorr�ncia do caso informa que uma delas estaria irregular: uma pistola calibre .45. A outra pistola: a .380 est� legalizada.

"Ele [Rog�rio] achou que era um golpe mas ele fez tudo errado. Ele tava seguro dentro da casa dele. A casa tem a guarita blindada, estava com os port�es todos fechados se ele desconfiasse de alguma coisa o que ele tinha que ter feito ligasse pra Pol�cia Militar, ligasse pra Pol�cia Civil", disse � reportagem o delegado F�bio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investiga��es Criminais (Deic). "Mas n�o ele achou por bem fazer essa loucura, pegou duas armas e saiu atirando."

"Ele [o empres�rio] tem tr�s armas que est�o no Sinarm [Sistema Nacional de Armas], que s�o armas que voc� compra de uso permitido, e s�o registradas na Pol�cia Federal [PF], e ele tem mais algumas armas. Ele � CAC. Tanto � que a .45 que ele vitimou a Milene ela era de CAC. Era uma arma que tava registrada, mas que � de uso como colecionador. Ele n�o podia usar ela pra atirar, nem fazer o que ele fez", completou o diretor do Deic.

Duas armas apreendidas que estavam com empres�rio, segundo a pol�cia. Ao lado marcas dos disparos �

: Reprodu��o/Redes sociais

Dono de mans�o dirigia laborat�rio

Rog�rio fazia parte do Grupo Biofast, uma empresa brasileira que desde 2004 atua no mercado de medicina diagn�stica entregando resultados de exames m�dicos para os setores p�blico e privado. Entre as an�lises realizadas est�o as cl�nicas, anatomia patol�gica e biologia molecular.

A empresa tem representa��es em dez unidades de coleta e sete hospitais espalhados em S�o Paulo, Bahia e Cear�. Ao todo s�o 355 funcion�rios. Em 2023, chegou a atender mais de 570 mil pacientes, segundo informa��es da Associa��o Brasileira de Medicina Diagn�stica (Abramed).

�Entendemos que a participa��o do Biofast no Abramed nos credencia a discutir temas importantes com outros laborat�rios para poder influenciar a melhoria do setor. Essa parceria nos possibilita uma melhor organiza��o dos objetivos conjuntos com os demais associados, o que pode nos dar maior clareza das �reas em que a associa��o pode contribuir, como � o caso de quebras de barreiras junto a entidades governamentais e fontes pagadoras, entre outras a��es�, disse Rog�rio, h� tr�s meses, de acordo com o Linkedin dajogo que da dinheiro realempresa.

'Ainda n�o acredito', diz namorada

"Muita saudade", escreveu a namorada de Rog�rio, a modelo e arquiteta Bianca Klamt, em seu Instagram �

: Reprodu��o/Arquivo pessoal

Na vida pessoal, Rog�rio namorava a modelo e arquiteta Bianca Klamt, de 37 anos. Ela chegou a postar

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s e

s do casal nas suas redes sociais com mensagens como "muita saudade".

"Meu cora��o est� em prantos, meu amor", escreveu a namorada do empres�rio no Instagram dela. "Ainda n�o acredito", "te amo eternamente".

Rog�rio deixa um filho, de 15 anos, fruto de um relacionamento anterior.

Bianca Klamt e Rog�rio Saladino eram namorados �

: Reprodu��o/Arquivo pessoal

Homic�dio, agress�o e crime ambiental

A Secretaria da Seguran�a P�blica (SSP) informou que Rog�rio tinha passagens criminais anteriores pela pol�cia por "homic�dio, les�o corporal e crime ambiental".

No boletim de ocorr�ncia consta a informa��o de que ele respondeu por assassinato e agress�o em 1989, quando chegou a ser preso por homic�dio. E tamb�m j� foi acusado de crime ambiental em 2008. Policiais disseram � reportagem que esses processos contra ele j� tinham sido encerrados.

O caso deste s�bado (16) foi registrado pela Pol�cia Civil como "homic�dio" e "morte decorrente de interven��o policial". Para o Departamento Estadual de Homic�dios e de Prote��o � Pessoa (DHPP), o policial civil que revidou os disparos n�o cometeu crime e agiu em leg�tima defesa. Como os autores do homic�dio est�o mortos, o inqu�rito ser� conclu�do e relatado � Justi�a para ser arquivado depois.

Fam�lia rebate acusa��es de crimes

O empres�rio Rog�rio Saladino tinha 56 anos �

: Reprodu��o/Redes sociais/Abramed

Por meio de nota, enviada ao jogo que da dinheiro real pela assessoria de imprensa da fam�lia de Rog�rio, os parentes do empres�rio lamentaram as mortes dele e das outras duas pessoas.

"Agradecemos as manifesta��es que temos recebido nas �ltimas horas e pedimos que a intimidade da fam�lia seja preservada diante da trag�dia ocorrida ontem. Rog�rio Saladino era um empres�rio de sucesso, empreendedor que confiava no Brasil. A trag�dia ocorrida ontem ceifou a vida de uma competente policial civil, de um profissional que trabalhava na resid�ncia e do pr�prio Rog�rio Saladino", informa o comunicado.

Tamb�m por nota, a fam�lia de Rog�rio rebateu as acusa��es anteriores contra ele:

"Homic�dio citado: trata-se de um atropelamento ocorrido na estrada de Natividade da Serra (SP) h� aproximadamente 25 anos, uma fatalidade, no qual o empres�rio Rog�rio socorreu a v�tima", informa o comunicado.

"Crimes ambientais citados: refere-se � retirada de cascalho pela prefeitura municipal de Natividade da Serra (SP), em terras de propriedade da fam�lia de Rog�rio. Existe um termo de compromisso ambiental cumprido", continua o texto.

A fam�lia n�o comentou a acusa��o de les�o corporal.

Rog�rio dever� ser enterrado nesta segunda-feira (18) num cemit�rio da capital, que n�o teve o nome nem hor�rio divulgados pela fam�lia.

A reportagem n�o localizou representantes ou parentes do vigilante para comentarem o assunto. Segundo o DHPP, ele "n�o ostentava antecedentes criminais".

O vigilante Alex James Gomes Mury tinha 49 anos �

: Reprodu��o/Redes sociais/Abramed

Investigadora deixa filha de 5 anos

Por meio de nota no X (antigo Twitter), a Pol�cia Civil confirmou a morte de Milene. De acordo com a publica��o, ela era policial havia sete anos e deixa uma filha de 5 anos.

"� com imenso pesar que a Pol�cia Civil informa que a investigadora Milene Bagalho Estevam faleceu ontem, 16/12, no cumprimento da fun��o", informa trecho do comunicado. "A Pol�cia Civil presta os mais sinceros sentimentos de solidariedade � fam�lia e aos amigos."

Milene foi enterrada neste domingo (17) no Cemit�rio S�o Pedro, na Vila Alpina, Zona Leste de S�o Paulo. Ela foi velada e sepultada ao som de sirenes de viaturas da Pol�cia Civil emjogo que da dinheiro realhomenagem (veja

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acima).

Entre as autoridades presentes estavam o delegado F�bio Pinheiro, diretor do Deic, onde Milene trabalhava, e o Secret�rio da Seguran�a P�blica (SSP), Guilherme Derrite.

"Estamos todos destru�dos. Era brilhante como Policial, como amiga e como m�e", disse � reportagem Thiago Delgado, delegado da Divis�o de Roubos e Latroc�nios do Deic, que trabalhava com Milene.

Segundo ele, a investigadora fez v�rias opera��es importantes na Pol�cia Civil, esclarecendo diversos crimes. Numa delas entrou num aplicativo de relacionamento para se aproximar de um criminoso procurado por roubo seguido de morte. Ela fingiu estar interessada nele e marcou um encontro. Depois, com o apoio de outros policiais, ajudou a prend�-lo.

Pol�cia Civil divulgou comunicado para lamentar a morte da investigadora Milene Estevam durante o seu trabalho �

: Divulga��o/Pol�cia Civil/X

Investigadora � enterrada ao som de sirenes de viaturas em SP

Como foi o tiroteio

Segundo a Pol�cia Civil, o empres�rio e o vigilante confundiram Milene e o outro policial civil com ladr�es. Os dois investigadores trabalhavam no Deic.

Eles estavam num carro do Deic descaracterizado e circulavam pela regi�o das ruas Guadelupe e Venezuela, no Jardim Am�rica, para buscar pistas de criminosos que haviam invadido uma casa e furtado um ve�culo e pertences no dia anterior. Para isso, usavam distintivos da Pol�cia Civil e se identificaram como investigadores para moradores das resid�ncias vizinhas a quem pediram imagens de c�meras de seguran�a que possam ter gravado os bandidos.

De acordo com o DHPP, quando os dois investigadores viram o vigilante Alex numa moto, pediram para ele tamb�m

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s da c�mera da mans�o para auxiliar no trabalho. Ele entrou no im�vel, falou com um seguran�a da guarita, que porjogo que da dinheiro realvez pediu que o dono da resid�ncia fosse avisado. Rog�rio foi at� a guarita, que � blindada, viu os dois agentes, mas desconfiou que eles n�o fossem policiais.

Ent�o, segundo a Pol�cia Civil, deu tiros de advert�ncia para o alto para que os policiais, que acreditava serem falsos, fossem embora. Em seguida, abriu o port�o eletr�nico da mans�o e saiu atirando em Milene, que nem sequer teve tempo de sacar a arma e reagir.

O Departamento Estadual de Homic�dios e Prote��o � Pessoa apreendeu quatro armas para serem periciadas: duas que estavam com os policiais e outras duas que eram do dono da mans�o.

A investiga��o vai aguardar os resultados dos exames feitos pela Pol�cia T�cnico-Cient�fica nas armas para saber quem atirou em quem. De acordo com a pasta da Seguran�a P�blica, a Pol�cia Civil ainda encontrou "por��es de maconha" e outras drogas na resid�ncia de Rog�rio.

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